É um mundo que não quero estar, nesse mundo não. Não existe só um mundo, eu criei o meu mundo, cada pessoa pode criar o seu. Imaginou o tanto de mundo que podemos ter?
Então não me pergunte porque gosto de ficar trancada no meu quarto. Deveria ter sido sempre assim, se a vida fosse fácil eu sempre teria sido essa pessoa que sou hoje. Mais passei por um grande processo para chegar até aqui. E hoje fico submersa em mim, um lugar seguro, um lugar quente e frio, onde há luz e escuridão, leveza e peso.
Vejo as horas passarem no relógio e o mundo morrer aos poucos, a cada segundo uma gota de água disperdiçada, uma fumaça a mais, um animal morto, uma briga na rua, uma morte, um nascimento, um raio de sol mais quente, menos amor em alguns, mais amor em outros, um aprendizado, uma dor, uma lágrima, uma vitória, uma saída. A cada segundo que vejo passar no relógio. Me sinto viva, me sinto diferente por ver o mundo como ninguém vê.
Fecho os olhos e almeijo viver no passado. Reis, Rainhas, Duques, Duquesas, castelos, época medieval, guerras, chápeis, vestidos deslumbrantes, festas a rigor, ah... tantas coisas que eu sonho e sinto em mim, e gostaria de ter conheçido isso, gostaria que existisse mais isso e menos globalização, um pouco menos desse mundo tão louco que se criou.
Enquanto estou no trabalho, escola, lidando com pessoas no dia-a-dia continuo submersa a mim, seleciono muito bem quem quero estar. Hoje são meus pais, minha irmã e quase nenhum.
Não sinto necessidade de pessoas, não sinto. Sinto vontade de vento, mar, lua, sol, brisa, areia, árvores, animais, sentimentos naturais, naturalismo.
Se me perguntarem o que sou vou responder que sou exatamente um nada. Mais para mim, sou tudo o que sempre quis ser, tudo. Mais isso já faz parte dos meus segredos, que serão meus para sempre.
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